Este texto foi publicado originalmente na Revista Inspira, edição #5, outubro de 2020.
Foto: Marcos Paulo Prado/ Unsplash
Para Freud, os sonhos representam nossos desejos – dos mais superficiais aos mais escondidos e submersos. Se agimos na vida em busca dos nossos desejos ou em resposta aos que foram reprimidos, logo, os sonhos são um oráculo. Isto é, os sonhos são capazes de prever nossas atitudes futuras.
Dessa maneira, os sonhos são uma rica fonte de autoconhecimento.
Acontece que nem sempre lembramos do que sonhamos. De acordo com o professor Sidarta Ribeiro, não lembramos porque, quando acordamos, a produção de noradrenalina (hormônio que permite que as imagens do sonho fiquem retidas) está baixa no cérebro.
Nisso, os sonhários (acrônimo entre sonho e diário) podem ser muito úteis. A prática de resgatar sonhos, com o tempo, se torna mais eficaz e conseguimos escrever páginas de histórias construídas em nossa Hollywood particular.
Como criar um sonhário?
1. Reserve um caderno só para isso e guarde-o em um lugar acessível somente a você.
2. Diariamente ao acordar, levante-se, pegue o caderno e comece a escrever à mão: primeiro coloque a data e, então, relate as imagens que lembra do seu sonho.
3. Não se preocupe se as histórias não tiverem nem pé nem cabeça. Escreva sem procurar dar sentido a nada.
4. Terminou de escrever? Agora vamos tentar interpretar. Escreva um subtítulo “Interpretações” ou “O que eu conclui desse sonho”.
5. Essas questões podem guiar a sua interpretação: Quais relações aquilo que vi, senti e vivi em meu sonho estabelecem com a minha vida? Quais opiniões tenho, quando acordado, sobre as pessoas e imagens que apareceram nesse sonho? Por exemplo, se vi em um sonho uma colega que considero totalmente carinhosa e maternal, devo anotar que a “maternidade” e o “cuidado” são simbolismos fortes dentro deste sonho.
6. Não cultive interpretações literais. Um exemplo é, se você sonhou que morreu, isso não necessariamente significa que você vai literalmente morrer, mas que, talvez, esteja se sentindo mortificado ou finalizando ciclos, dependendo da interpretação que você mesmo faz de sua vida.
7. Com o tempo, releia esses sonhos para se autoconhecer e entender como a sua mente funciona.
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