Estima-se que 90% da população mundial já sofreu um evento potencialmente traumático ao longo da vida impedindo seu bem-estar de alguma forma.
Acontecimentos podem atingir o psiquismo de um sujeito, o desestabilizando e ocasionando comportamentos posteriores inspirados nessa primeira vivência. Essa foi a definição de trauma por Freud e Breuer.
Ser mordido por um cachorro ou ser invalidado na escola pode ser traumático, bem como o sentimento de abandono, a violência doméstica e um acidente de carro.
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Pesquisas indicam que quando vivenciamos um evento traumático, a parte racional do nosso cérebro, aquela que traduz sensações em palavras, se fecha. Quem assume o controle é o “cérebro emocional” que responde com um estado de alerta emocional, alterações na fisiologia e na ação muscular.
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Por isso, explica o psiquiatra Bessel Van Der Kolk, “as marcas das experiências traumáticas não se organizam como narrativas lógicas e coerentes, mas como vestígios sensoriais e emocionais fragmentários: imagens, sons e sensações físicas”. É por isso também que normalmente não nos lembramos de uma forma descritiva e linear dos acontecimentos traumáticos. Essas lembranças vêm de maneira diluída, por meio das sensações físicas que se repetem diante de situações que o corpo decifra como similares à do trauma original.
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Em resumo: a forma de lembrar do trauma é física.
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Uma pessoa que sofreu violência sexual pode reviver os mesmos ímpetos de desespero ao sentir uma fragrância semelhante a de seu abusador; ao ser questionado por seu chefe, um funcionário pode sentir a mesma humilhação que sentiu quando foi desqualificado por um adulto quando criança.
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E assim seguimos reagindo de formas "inexplicáveis" enquanto não tomamos consciência da nossa ferida central...
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