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Os mistérios do sono



Passamos 1/3 da nossa vida dormindo, mas ainda assim o momento do sono é cercado por mistérios. Ao lado de outros impulsos básicos da vida, como comer e beber, o sono também é vital. De pirâmides à canção Yesterday, dos Beatles, de premonição à percepção dos restos diurnos, o ato de dormir modificou a civilização em que vivemos. Leia em nosso Dossiê e esclareça muitos dos mistérios ligados ao sono.

 

Depois de acordar no meio da madrugada, numa série de noites mal dormidas, peguei o celular e a partir daí não consegui mais dormir. No decorrer do dia, meu humor não estava dos melhores; o cansaço mental e no corpo também estava aparente. Para combater tudo isso, algumas xícaras de café. Faço parte dos 73 milhões de brasileiros que têm dificuldades para dormir. No país, 72% da população sofre com alguma doença relacionada ao sono, segundo estudo da Royal Philips de 2018.


O que tem feito a maioria das pessoas não pregarem os olhos são questões financeiras e o uso de tecnologia antes de deitar. É relativamente comum especialistas alertarem que há uma epidemia de privação de sono nos países industrializados. Mas por que isso acontece? Antes de tudo, vamos entender o que é o sono.

O RELÓGIO BIOLÓGICO

Quando cai a noite, naturalmente associamos à hora de dormir. Não é uma coincidência. É nesse período que a liberação de melatonina, o hormônio do sono, chega ao ápice, por ser estimulada quando não há incidência de luz. É o nosso ritmo circadiano que determina quando iremos sentir sono ou quando estaremos em vigília, acordados.

Esse é o nosso relógio biológico, com 24 horas e 15 minutos, para determinar o ciclo de um dia – daí o nome circadiano, do latim circa (cerca de) e diem (dia). Algumas pessoas, no entanto, têm o ritmo circadiano regulado para mais tarde. Como seres sociais, isso foi estratégico durante o passar dos milênios. Se todos fossem dormir no mesmo horário, o grupo ficaria vulnerável.


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