Quanto esforço você faz para se sentir aceita(o)? Muitas pessoas, para se sentirem parte de algo que lhes dê sentido à vida, se privam de (auto)questionar e acabam se anulando. É o que se chama, na Psicologia Analítica, de participation mystique.
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Nessa aliança psicológica, o indivíduo não consegue distinguir claramente quem é ele e quem é o outro, há uma “contaminação” mental mobilizada pela influência de algum líder, estilo musical, time de futebol, assunto, crença ou ideologia que faz com que as pessoas se padronizem com o objetivo de integrar um único corpo. É como se ali estivessem de volta ao útero, protegidos dos perigos do mundo, dentro da sua “bolha”.
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As ciências sociais e a psicanálise já exploraram muito este tema. E a conclusão é: onde há um grupo, costuma haver também o enfraquecimento da consciência individual de cada um.
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Mas Tom Jobim canta que “é impossível ser feliz sozinho”, e a gente encara isso de um jeito bonitinho, que mascara um certo pavor da solidão. Nesse desespero, topamos abrir mão de sermos quem somos - “Quem se importa? É melhor ser feliz!”.
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Mas sustentar o Outro às custas da sua própria identidade também não é fácil. Por quanto tempo mais você consegue alimentar essa existência falsa? Dizer “tá tudo bem”, quando nada está bem; dar aquela risadinha sem graça e deixar rolar quando, na verdade, queria se impor, ser firme, chutar o balde e cuspir fogo? Até quando você vai manter o disfarce? Ele se sustenta na intimidade? Ou será que não é disfarce, porque você já nem sabe mais quem é você?
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No fim, todo esse esforço para ser aceito mora na visão que você tem de que não é capaz de se sustentar em pé sozinha(o). Mas, se você é do tipo de pessoa que prefere estar só, a estar mal-acompanhada, talvez, a pior companhia que você tenha é você mesma(o).
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“Afinal, enquanto você se disfarça do que você não é para obter aprovação dos outros, você se enfraquece. Perde-se muito tempo e energia simulando as opiniões, os questionamentos, os comportamentos e os gostos que não lhe são naturais, são de outros. É apenas quando você opta por ser você mesmo que você se torna poderoso” (O Livro de Afrodite, Inspira). A Inspira lançou O Livro de Afrodite - um guia arquetípico de encontro com a divindade de Afrodite que vive em seu interior. Metade livro, metade caderno de escrita terapêutica, contém 233 exercícios e textos reflexivos e instigantes para conversar com o seu inconsciente e fazer a sua Afrodite sair da concha.
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