
A frase que dá título a esse artigo é do médico suíço e fundador da Psicologia Analítica Carl G. Jung.
O que ele quis dizer com isso?
Na origem da maioria das neuroses está a seguinte situação, trata-se de um problema de identidade: estamos vivendo a vida dos Outros.
Outro com O maiúsculo, aquele que não precisa ser reduzido a uma pessoa específica (ainda que possa ser). Esse Outro é, na verdade, uma ideia do que outras pessoas esperam de nós.
Se vou a um evento, pergunto “que tipo de roupa devo usar?”; se busco diversão, é mais fácil seguir a festa do momento do que inventar a roda e correr o risco de ser o esquisitão que se diverte de uma maneira “bizarra”; se minha opinião é solicitada, verifico a tônica dos espectadores para não correr o risco de pensar “do jeito errado”; se é hora de escolher uma profissão, deixa primeiro eu olhar o catálogo das ocupações do futuro, aquelas que dão “garantia” (será que isso existe?) de dinheiro certo.
Estamos submetidos e coniventes à uma ditadura silenciosa, que nos alivia da responsabilidade de fazer escolhas (e da vergonha das más escolhas) e nos deixa fazer parte do clubinho, o que dá aquela sensação de conforto e proteção. Mas também nos priva do prazer de ser quem realmente somos, e às vezes nem é tão difícil assim saber o que somos: há sempre uma vozinha em segundo plano mostrando o que faz o seu coração bater mais forte.
Silenciar essa voz gera uma vida repleta de angústia. Livrar-se do Outro é impossível. O que fazer, então?
O remédio é separar no seu conteúdo interno aquilo que realmente é seu e o que você pegou emprestado do Outro. Para o filósofo Martin Heidegger, apenas quando buscamos “ser-si-mesmo” é que conseguimos fazer um furo no Outro e modificá-lo por dentro, como uma implosão.
A Inspira lançou O Livro de Afrodite - um guia arquetípico de encontro com a divindade de Afrodite que vive em seu interior. Metade livro, metade caderno de escrita terapêutica, contém 233 exercícios e textos reflexivos e instigantes para conversar com o seu inconsciente e fazer a sua Afrodite sair da concha.
Quer descobrir como? Clique aqui.
Arte: “Comedy” (detalhe), Pierre Charles Trémolières