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Empreendedorismo social: como ideias de negócio podem mudar o mundo

Atualizado: 27 de jan. de 2020

 

Ilustração: Freepik


Reportagem de capa da edição #1 da Revista Inspira


Empreender é o novo trabalho de carteira assinada. Em março deste ano, a palavra “empreendedorismo” atingiu seu ápice de pesquisas dentre os últimos cinco anos, de acordo com a ferramenta Trending do Google, que mede o número de buscas por palavra no site. No Instagram, se proliferam contas voltadas à desenvolvimento pessoal, motivação empreendedora e investimentos. Muitas publicidades têm trazido uma sedutora narrativa de sucesso, posses e ganhos milionários atrelados a esse empreender.


Entretanto, ter não é ser.


É muito comum para a maioria das pessoas, ao chegar na casa dos 60 anos ou próximo de se aposentar, ser assombrado por aquela pergunta: “Qual foi o meu legado?”. Queremos perceber de que valeu as horas diárias que emprestamos para um negócio e em que isso contribuiu para as gerações que virão a seguir. Qual foi o seu impacto nessa história, que é também a sua própria história?


Aristóteles, o filósofo grego, chegou à conclusão de que a felicidade genuína provém muito mais daquilo que trazemos ao mundo, do que daquilo que obtemos do mundo, e chamou esse florescer humano de εὐδαιμονία, eudaimonia. Em outras palavras, pensar sobre o seu legado é se questionar “o que estou trazendo ao mundo?”, e está intimamente relacionado com a própria felicidade.


É muito comum para a maioria das pessoas, ao chegar na casa dos 60 anos ou próximo de se aposentar, ser assombrado por aquela pergunta: “Qual foi o meu legado?”

As gerações que vieram antes, associavam o trabalho à uma moral rígida, algo que dignificava o homem e lhe dava sustentação. Aí nasceu a ideia do “trabalho árduo”. De outro lado, a partir dos anos 1920 e 1930, de acordo com o sociólogo Leo Lowenthal, o cinema apresentou modelos de trabalho que estavam mais orientados para o hedonismo, o consumo desenfreado e a ideia de buscar prazer nas atividades laborais.


Para a geração millennial, que hoje se encontra em plena capacidade produtiva entre seus 18 e 35 anos, o trabalho representa uma releitura entre esses dois significados anteriores. Eles uniram – ou ao menos afirmam que pretendem congregar – o que gostam de fazer com a prática profissional e uma vontade de tornar o mundo um lugar melhor, é o que aponta a quinta edição da Millennial Survey, da consultoria Deloitte, que ouviu mais de 7.700 pessoas em 29 países, inclusive no Brasil.


Os millennials não querem esperar chegar aos 60 para pensar que queriam fazer tudo diferente. Eles querem, de acordo com a pesquisa de 2018, “viver com propósito”, e que isso se reflita em suas escolhas e parcerias profissionais. Essa é a grande marca cultural dessa geração.


Em 2018, 2 em cada 5 brasileiros, entre 18 e 64 anos, estavam envolvidos ou tinham planos de abrir próprio negócio

Para eles, no entanto, as empresas de um modo geral não apresentam esse mesmo padrão ético e a vontade de contribuir com a sociedade que perseguem. Sessenta e cinco por cento (65%) dos entrevistados acreditavam que as corporações não se comportam eticamente e 62% acredita que os líderes desses negócios não estão comprometidos em melhorar o mundo.


DO CAOS FEZ-SE A LUZ!

A crise econômica pela qual o País passa nos últimos anos também gera reflexos diretos na vida dos brasileiros. Com o compasso demarcado na queda do PIB (Produto Interno Bruto), a crise traz a reboque a diminuição do poder de compra que, por consequência, reflete na redução do número de empresas e do comércio e no aumento da taxa de desemprego.


Nesse último caso, no primeiro trimestre de 2019, o número de desempregados chegou a 13,4 milhões, como revelou a pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse contingente passa para 28,3 milhões de pessoas, se incluir os subocupados com menos de 40 horas semanais e os que não conseguem procurar emprego.


De alguma forma, a crise financeira despertou um potencial empreendedor, como se anunciasse: “Agora é hora de investir naquilo que você sempre quis fazer!”. No mesmo cenário geral, houve o crescimento de outro número: os empreendedores. Talvez você conheça alguém que começou o próprio negócio nos últimos anos. Segundo a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), realizada em 49 países, entre 2007 e 2017 o número de empreendedores mais que triplicou no Brasil, ao passar de 14,6 milhões para 49,3 milhões de pessoas. Dados animadores, levando em consideração que as micro e pequenas empresas chegaram a gerar 27% do PIB brasileiro em 2011, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Sebrae.


De acordo com dados da GEM, somente no ano passado, cerca de 52 milhões de pessoas estavam envolvidas em alguma atividade empreendedora. Os índices dessa investigação mostram que, em 2018, 2 em cada 5 brasileiros, entre 18 e 64 anos, estavam envolvidos ou tinham planos de abrir próprio negócio. A faixa etária que mais cresceu em empreendedores foi a de jovens entre 18 e 24 anos, totalizando 22,2% dos que estavam à frente do próprio negócio, formalizados ou não.


Medidas governamentais tornaram o processo de legalização de micronegócios mais barato e prático, com a criação de categorias como o MEI (Microempreendedor Individual) que existe desde 2008, por exemplo.


O avanço e a popularização da internet também tornou o ato de empreender mais acessível. Tanto pelo acesso a informações relativas à burocracia do negócio e à parte administrativa, quanto com relação ao próprio espaço virtual e seus baixos custos, que alarga as formas de divulgação de negócios, bem como cria novos formatos de empresas que têm como base as trocas que ocorrem no próprio mundo digital.


Pegue esse cenário de baixas possibilidades de emprego no mercado tradicional, junte com as insatisfações geradas por crises nutridas há anos como a ambiental, a educacional e a do sistema público de saúde; adicione as inúmeras possiblidades ocasionadas pela internet e muita vontade de viver com propósito e eudaimonia. Essa mistura dá origem a um tipo diferente de empreendedorismo: o empreendedorismo social.


“SEJA A MUDANÇA QUE VOCÊ QUER VER NO MUNDO”

Empreender é colocar em execução alguma ideia no mercado, como produto ou serviço, que tenha relevância para o público e traga soluções para o dia a dia. Há aqueles que buscam melhorias também sociais a partir da criação do seu negócio. Isso que é o empreendedorismo social, uma forma de negócio que cause reflexos positivos na sociedade.



Esse foi o caso de Camila Victorino, empreendedora social na área de sustentabilidade ambiental e de alimentação. Proprietária da loja Pensando ao Contrário e do canal homônimo no YouTube, Camila começou com um blog em 2012, voltado à sustentabilidade e à vida saudável vegana. “Para mim, foi tudo muito natural. Faz parte da minha personalidade acreditar que um mundo melhor é possível, então sempre tentei aliar meus ideais com meu caminho profissional”, conta ela relembrando as origens de seu projeto.


Quatro anos depois, em 2016, criou o canal no YouTube, que hoje conta com mais de 300 mil inscritos. “Durante muito tempo, o Pensando ao Contrário era só um hobby, mas hoje em dia consigo me dedicar 100% ao projeto, juntamente com meu marido, que é meu sócio”, relata.


Antes de se dedicar exclusivamente ao projeto, Camila se graduou em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo), fez mestrado em Fisiologia humana pelo Instituto de Ciências Biomédicas (USP) e doutorado em Psicologia, com foco em Neurociências, pela University of Surrey, na Inglaterra. Um currículo que muita gente gostaria de ter!


Com essa ampla formação acadêmica, a mudança de carreira foi devido à insatisfação. “Eu sou PhD e me formei em ótimas universidades. Tinha tudo para fazer uma carreira de sucesso no meio acadêmico. O problema é que não me sentia bem comigo mesma. Estava sempre deprimida e sem sentido na vida. Um dia, percebi que o que me motivava eram os comentários das pessoas no meu canal do Youtube e no meu site! Pensei que seria uma ótima ideia mudar de carreira, mas não foi assim do dia pra noite!”, observa Camila.


A ideia da loja de produtos surgiu quando retornou do doutorado na Inglaterra. Camila percebeu que, no Brasil, poucas empresas se dedicavam à venda de produtos mais sustentáveis e naturais. E isso se confirmou ao notar que os seus seguidores tinham dificuldade em encontrar ingredientes que ela utilizava nas receitas e também porque comentavam que não conseguiam diminuir a produção de lixo. “Foi aí que vi uma oportunidade que aliaria meus ideais com o meu desejo cada vez mais crescente de transformar o Pensando em minha profissão”, esclarece.


“Um desafio do empreendedorismo social é educar a população sobre a importância de produtos mais responsáveis”

Da carreira trilhada anteriormente como pesquisadora, Camila integra aos vídeos no canal do YouTube a forma como elabora a sua produção de conteúdo, sempre com embasamento científico. “Uso meu treinamento científico para ler e entender sobre os mais variados assuntos que envolvem sustentabilidade e saúde, antes de passar informação ao público”, afirma. No canal são publicadas receitas culinárias, dicas de beleza, saúde e sustentabilidade.


O empreendedorismo social ligado à sustentabilidade ambiental é uma das questões que movem Camila e inspiram os seus seguidores para construírem um mundo melhor. Atitudes simples, como utilizar canudos sustentáveis, já fazem a diferença na diminuição da produção de lixo e de plástico.


É nessa ideia que Camila apostou em seu site, ao vender utensílios sustentáveis como canudos de metal, escovas de bambu e produtos de beleza orgânicos e que não contêm microplástico na fórmula. “Eu acredito no potencial do meu projeto. Recebo muitos comentários de pessoas que se beneficiaram pela informação que estou passando e também pelos produtos da minha loja. Como ela é online, pessoas do Brasil todo podem ter um canudo ecológico na sua casa ou fazer seu cosmético em casa porque fornecemos todos os ingredientes naturais e até a embalagem é sustentável”, argumenta.


A ideia de empreendedorismo social voltado à sustentabilidade ambiental, como no caso de Camila, é fundamental num país que é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, sendo que apenas 1% é destinado à reciclagem. Os dados são do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, em inglês) e mostram que no Brasil são produzidos mais de 11 milhões de toneladas de lixo plástico por ano. Somente por semana, cada brasileiro gera 1kg de lixo plástico. “Um desafio do empreendedorismo social é educar a população sobre a importância de produtos mais responsáveis”, explica Camila.


Apesar desses dados ambientais, Camila segue sendo um ponto de esperança e de consciência. Seu lema é “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Para ela, não bastam palavras, para melhorar o mundo devemos ser o exemplo por meio de nossas ações, e é isso que ela representa com o Pensando ao Contrário.


Um destaque do empreendedorismo social é que ele não termina com a ideia de Camila, por exemplo, ele continua circulando pela sociedade como uma corrente do bem. Um seguidor do canal pode empolgar sua família inteira a produzir menos lixo. O Pensando ao Contrário, nesse caso, é um ponto de partida e os produtos que ele oferece não dão origem a um consumo-morto, com obsolescência programada.


Trata-se de um consumo-vivo, que não se esgota, gera impactos positivos em quem consome e esse pode seguir gerando microimpactos em várias escalas: social, ambiental e econômica. Essa forma de empreender estimula quem consome a continuar ativando as ideias que o produto carrega.


EMPREENDER COM ARTE

Ao pensarmos em empreendedorismo, geralmente, relacionamos prestação de serviços inovadores, empresas de vestuário ou de alimentação. Esquecemos que a cultura também pode ser a força motriz que movimenta um empreendimento.


É isso que acontece na Serra, município mais populoso do estado do Espírito Santo, com mais de 500 mil habitantes. No bairro São Diogo, um local voltado para a promoção de cultura está em funcionamento, o Centro Cultural Eliziário Rangel.


Com nome do líder da Revolta de Queimados (ES – 1849) – insurreição de negros contra a escravidão – , o espaço é administrado Antônio Vitor, graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e mestre em Psicologia Institucional (Ufes). A ideia de empreender com o Centro Cultural Eliziário Rangel (CCER) surgiu a partir de uma provocação e de um incômodo.



“O CCER nasce da provocação de pensar quais afetos estão sendo criados, cotidianamente, na cidade de Serra e sobre a cidade de Serra. Do incômodo de viver numa cidade que lidera, historicamente, índices de violência contra grupos minoritários politicamente e paradoxalmente uma cidade com poucas opções de arte e cultura bem como lazer. A proposta do CCER é fomentar arte para torcer a normativa cultural da violência bem como desconstruir a Serra enquanto periferia afetiva, uma vez que os índices de violência não se relacionam diretamente com índices econômicos”, relata.

Único teatro na Serra, o Centro Cultural Eliziário Rangel tem programação diversificada, em busca de integrar artistas regionais e ser convidativa para os moradores. O Centro conta com projeto de ocupação dos espaços, chamado #TeatroNoEliziário, com espetáculos de Artes da Cena, como teatro, dança, circo e performance. Já o Cores no Branco, visa a ocupação da Galeria de Artes Plásticas e Visuais Benedita Terrão. Além disso, são realizadas oficinas permanentes de capoeira, karatê, balé e pintura. Os espaços também são ocupados por atrações como o Sarau no Beco e o Tablado Queimado.


"A proposta do CCER é fomentar arte para torcer a normativa cultural da violência, bem como desconstruir a Serra enquanto periferia afetiva"

Ao colocar a experiência cultural como principal moeda, Antônio e os colaboradores do Centro Cultural Eliziário Rangel ressignificam o que é empreender. Atualmente, a grande maioria dos eventos realizados no CCER são gratuitos. “A renda vem mais da venda de comidas e bebidas do Bar Café do que da bilheteria. Mas quando há bilheteria ou oficinas pagas é sempre pensando a acessibilidade e a viabilidade, afinal o objetivo é sempre o de difundir ao máximo o acesso à produção artística e cultural”, explica Antônio Vitor.


Como forma de criar sustentabilidade financeira, o CCER tem estratégias traçadas para que possa movimentar recursos financeiros que viabilizem trabalhos em arte. “Esses trabalhos, certamente, gerarão rendimentos que permitirão o sustento de pessoas, inclusive eu. Mas não é um propósito pessoal e intimista uma vez que o pensamento não é do lucro e do acúmulo”, esclarece Antônio Vitor.


Da sua formação na área da Psicologia, Antônio Vitor integra ao cotidiano do Centro Cultural a dimensão da revolução pelo afeto. “Embora a arte seja infinitamente maior que o saber Psi, foi pela Psicologia que apostei na dúvida, no questionamento e na formação de pensamento crítico a si mesmo e ao mundo. Acredito que essa formação contribui e muito com a missão visão e valores do Eliziário”, observa.


Antônio destaca os desafios de empreender a partir da arte: “O desafio é como fazer a arte algo interessante e para isso exige conversa. Aí é a educação: no diálogo e não na adaptação do público ao teatro. Esse processo é lento, mas apostamos que seja sólido. Apostamos, ainda não temos garantias, porque a vida é da ordem da surpresa”.


ROMPENDO PARADIGMAS

Outra ideia que também surgiu em terras capixabas de empreendedorismo social foi mesclando a área jurídica com a da saúde. Carolina Massuyama Martinelli, advogada, e João Virgílio, clínico e endocrinologista, fundaram a start-up Katana Clube de Benefícios.

Com o trabalho de médico, João Virgílio atuou em bairros mais carentes, onde via de perto a dificuldade de acesso a uma saúde de qualidade. Então, teve a ideia de fazer um cartão de descontos para consultas e exames, porém mais amplo que os existentes no mercado.


Junto à sócia Carolina, desenvolveram o modelo atual que oferece quatro pilares de benefícios: descontos em redes credenciadas, seguro de acidentes, portal de oportunidades com informações e proteção cidadã com assistência jurídica. Os sócios conectaram suas especialidades para criar esse modelo de empreendedorismo: João, com a sensibilidade da prática médica; e Carolina, com sua experiência na área jurídica.


“Hoje, o Sistema de Saúde, por vezes nega direitos e informações. As pessoas não sabem o que fazer, que documentos apresentar e a quem recorrer. Além disso, a população não tem sequer informação básica dos seus direitos, como, por exemplo, os prazos estabelecidos por lei para tratamento de doenças sérias, a possibilidade de internação de um dependente químico pelo Poder Público, entre outros direitos. Assim, há filas e faltam vagas e medicamentos. Não é raro pessoas que morrem à espera de uma cirurgia. São essas as dificuldades que o Katana pretende enfrentar junto aos associados”, explica Carolina.


"Vejo com o Katana uma oportunidade de trabalhar e, ao mesmo tempo, conseguir levar uma esperança de vida melhor a essas pessoas”

Essa forma de negócio que atende às carências sociais em setores constantemente negligenciados pela gestão pública é nova e ainda pouco conhecida pelas pessoas. “Principalmente, por se tratar de uma start-up de Empreendedorismo Social, tudo é novo. As demandas da sociedade não atendidas e aspectos nunca antes enfrentados no mercado trazem desafios adicionais de comunicação para que as pessoas entendam o alcance e a mudança de paradigma com o Katana”, pondera Carolina.


Mesmo com esses desafios, Carolina engloba um desejo na forma de empreender. “Sempre tive o sonho de poder ajudar as pessoas. Mas nunca soube por onde começar ou o que fazer. Vejo com o Katana uma oportunidade de trabalhar e, ao mesmo tempo, conseguir levar uma esperança de vida melhor a essas pessoas”, destaca.


EM BUSCA DE UM PROPÓSITO

O que os nossos três entrevistados da matéria têm em comum, além da alta qualificação acadêmica, são ideias empreendedoras que impactam positivamente a sociedade. Como toda boa ideia empreendedora, nasce a partir de uma necessidade ou de uma provocação, como na área ambiental, para Camila, nas artes, para Antônio, ou na saúde e no direito, para Carolina e João.


Alinhar um empreendimento ou a carreira com o que realmente acredita é um importante caminho para a transformação da sociedade. Atualmente, muitas pessoas chamam isso de “propósito”. Mas o que, geralmente, vem associado à ideia de propósito é noção de que é uma busca, algo que pode ser achado em algum lugar, ali pelas alturas da vida. No entanto, há pessoas que trocam o “achar” por “criar”, quando definem, de maneira prática, o que gostam de fazer e o que podem fazer. Assim, o propósito fica mais palpável.


Na criação do propósito, algumas dessas perguntas são respondidas: O que me incomoda aqui? O que gosto de fazer? O que posso fazer para melhorar? Quanto tempo disponho para colocar isso em prática? Como isso se encaixaria no mercado? Ao responder essas perguntas, talvez você descubra um propósito ou mesmo um potencial projeto de empreendedorismo social.


Existem ferramentas que podem ajudar a definir o propósito de vida. Uma técnica e filosofia japonesa chamada Ikigai, que ajuda a visualizar e entender a “razão de viver”, é esquematizada em passos, como mostramos na página ao lado. Entender todos os aspectos que direcionam o seu propósito pode auxiliar no aumento de satisfação em várias áreas da vida, como no trabalho.


Ainda mais num país em que 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho manifestam alguma sequela ocasionada pelo estresse, como mostram os dados da pesquisa feita Isma-BR (representante da International Stress Management Association). Não à toa, a Síndrome de Burnout, também conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional, foi considerada como doença e será incluída na próxima revisão da Classificação Internacional de Doenças, segundo anúncio feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


Precisamos ressignificar nossas relações com o trabalho e com o dinheiro. Lucrar a qualquer preço é algo digno para a sua vida? E para a vida da sociedade como um todo? Garantimos que a resposta é não. “De quanta terra precisa um homem” (1880) é um conto de Tolstói que recomendamos a leitura. Você verá que você já tem tudo de que precisa!

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