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Essa história é para você aprender a amar o seu corpo de uma vez por todas!

Atualizado: 12 de ago. de 2021



Existem histórias que curam. E essa é uma dessas! Os povos antigos já sabiam desse poder que as histórias têm de secar as feridas e restaurar aquilo que um dia foi dor. Os indianos, por exemplo, tem até hoje uma parte de sua medicina que receita histórias como remédio para as dificuldades emocionais dos pacientes.


A história a seguir costuma ser contada pela escrita Clarissa Pinkola Estés em conjunto com sua amiga Opalanga, outra contadora de histórias.


Elas a chamam de "A Fala do Corpo"*.


Opalanga é uma afro-americana alta como uma árvore de teixo e esbelta como ela. Além de ser ridicularizada por sua altura durante a infância, Opalanga também ouvia que seus dentes incisivos separados eram um sinal de gente mentirosa.


Clarissa é descendente de mexicanos e descreve sua estrutura física como "mais próxima do chão": baixinha e com um corpo de proporções exuberantes. Para alguns, o tamanho e o formato de seu corpo eram indícios de que ela era um ser inferior desprovido de autocontrole.


"De acordo com os Outros, com letra maiúscula, aos nossos corpos faltava algo ou sobrava algo", narra a escritora.


Mas a visão que elas tinham dos próprios corpos mudou a partir da descoberta das bênçãos ancestrais de seus parentes.


Já adultas, ambas trilharam uma jornada de retorno às origens. Opalanga viajou até Gâmbia, na África Ocidental, onde encontrou alguns membros da sua linhagem que tinham na sua tribo muitas pessoas altas e esbeltas como teixos, e com os incisivos separados - exatamente como ela. Lá, explicaram que essa separação se chamava Sakaya Yallah, que quer dizer "abertura de Deus", e que era interpretada como um sinal de sabedoria.


Clarissa foi ao istmo de Tehuantepec, no México, onde conheceu descendentes dos seus antepassados que, para sua surpresa, eram mulheres fortes, brincalhonas e imponentes no tamanho, assim como ela. Elas perguntaram se ela se alimentava bem, visto que estava suficientemente gorda, "pois mulheres são La Tierra, redondas como a própria Terra, pois a Terra contém muito" - brincaram.


A partir dessa experiência, Opalanga passou a entender que "sua altura é sua beleza, seu sorriso é de sabedoria e que a voz de Deus está sempre perto dos seus lábios". E Clarissa compreendeu que sue corpo não é separado da terra, que seus pés foram feitos para firmar a sua posição e que seu corpo tem a forma de um recipiente feito para conter muito.


Assim elas aprenderam a ressignificar seus próprios corpos, refutando quaisquer ideias e expressões que ultrajassem e ignorassem seus corpos portadores de mistérios, sabedoria e natureza sagrada.


A narrativa que trouxemos hoje traz uma chave para mudar a visão danificada que temos de nossos próprios corpos e passarmos a vê-los como algo maior, um registro da história de um povo, um bênção de família e uma composição genética que guarda seus sentidos próprios e sagrados.


Dessa forma, o corpo curvilíneo passa a ter o formato do planeta Terra🌎, onde tudo ganha vida.

Os dentes incisivos separados se tornam uma abertura por onde o divino se comunica🌟.

As pernas curtas te põe mais perto do coração da terra🌱.

E o nariz grande te abre para respirar o sopro da vida🌬️.


*Você encontra esse texto no livro Mulheres que correm com os lobos.


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Imagem: Jennifer Enujiugha/Pexels

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