Foto: Diego PH/ Unsplash
O reiki é uma terapia complementar, um método que incita a cura do corpo e da mente por meio do trabalho com a energia. A explicação ficou um pouco abstrata? Nossa jornalista foi até uma casa de terapia reikiana e mostrou o que de fato acontece em um tratamento com reiki.
Minha primeira vez no reiki
A curiosidade me levou ao reiki. Tinha uma visão bem espiritualista da coisa, do tipo que esperava coisas de outro mundo acontecerem durante a sessão. Para mim, não foi nada disso. E isso não tira o brilho e o mérito da prática, ao contrário.
Antes de qualquer sessão, passei por uma entrevista. Respondi um questionário sobre minhas principais queixas e fui orientada sobre algumas coisas. A primeira delas: se você faz algum tratamento relacionado ao seu sintoma, não o abandone, o reiki é uma terapia complementar. A voluntária ainda pediu que, nos dias agendados para receber o reiki, eu me alimentasse de maneira leve (se possível evitando carne) e que, após a aplicação, bebesse bastante água, para ajudar na eliminação das toxinas. Ela ainda alertou que os sintomas poderiam se intensificar antes de melhorar.
Por ter me inscrito em um plantão voluntário, encarei uma fila de espera. A demanda é grande! Semanas depois, fui convidada para a minha primeira sessão.
Gente muito simpática e de todas as idades frequenta o lugar. Isso quebrou um pouco com os estereótipos que eu esperava encontrar por lá. Ao contrário de jovens naturalistas meio hippies e esotéricos, encontrei senhoras que passavam muito longe desse modelo. Fui tão bem tratada por todos, que só conseguia sorrir e agradecer, o tempo inteiro.
Deixei meus sapatos na porta e entrei na sala do reiki. Um cheiro gostoso de incenso, a iluminação anil, o fresquinho do ar-condicionado e a música instrumental já alteraram minha vibração agitada. Fui dirigida à uma das três macas. Duas outras pessoas receberiam o tratamento ao mesmo tempo que eu. Deitada e vendada, a experiência era bem sensorial.
Na primeira semana, ainda sem saber como seria, fiquei um pouco nervosa de início ao ser tocada por uma desconhecida. Muitos pensamentos vieram à minha cabeça: “Será que estou fazendo algo errado?”, “Será que estou na posição correta?”, “O barulho da minha respiração estaria atrapalhando os outros?”. Perguntas que tinham tudo a ver com a minha principal queixa, que era justamente a da inadequação e baixa-autoestima. A terapeuta passou a maior parte do tempo com as mãos fixadas na minha cabeça. Em algum momento consegui relaxar, e passaram-se uns 40 minutos. Quando levantei estava com o corpo tão relaxado que precisei passar ainda alguns minutos sentada na sala de espera até conseguir retomar meu ânimo e ir embora.
Outra semana, outra maca, outra terapeuta. Senti quatro mãos trabalhando em minhas energias. Duas na cabeça, duas nos pés. Dessa vez estava mais relaxada e lembro de ter pensado que não queria que esse relaxamento acabasse nunca. Nessa segunda sessão, passei por algumas experiências que ainda não entendi muito bem. Em alguns momentos, senti como se minhas roupas estivessem encharcadas de água. Ao terminar a sessão, a terapeuta me perguntou se eu tinha algum conhecimento sobre os estudos do sagrado feminino (assunto que tenho lido muito ultimamente) e afirmou ter intuído essa energia para mim enquanto aplicava. Curioso isso, pois a água é um símbolo do feminino. Fiquei bastante surpresa!
Na terceira sessão, também à quatro mãos, subi na maca em perfeito estado e logo nas primeiras aplicações em minha testa senti fisgadas e dores de cabeça que me acompanharam durante todo o restante do dia. Tive também movimentos involuntários nas pernas que pareciam chutes, tive que buscar controle para nã machucar os aplicadores com nenhum movimento brusco.
Ainda tenho cinco semanas recebendo reiki para completar meu ciclo, e minha curiosidade (e certo ceticismo inicial, confesso) foram substituídos pelo feedback que recebi das pessoas que convivem comigo. “Você parece mais feliz”, me disseram. Não se trata de que num passe de mágica minhas crenças limitantes sejam dissolvidas, é um trabalho árduo. Mas realmente me sinto mais confortável dentro de mim e isso já é um grande passo!
O reiki pode servir como um grande aliado para minimizar os efeitos da depressão e de dores crônicas, por exemplo. Se quiser saber mais, leia a reportagem especial que preparamos sobre o assunto na edição #1 da Revista Inspira. Disponibilizamos na aba Edições Anteriores, aqui no nosso site!
Comments