Achou esse título açucarado demais? Talvez isso seja uma resistência psicológica!
Essa pergunta pode começar a ser respondida ao voltarmos nossa perspectiva no tempo: para o início da civilização.
As primeiras imagens que vêm à cabeça sobre esse período são de anzóis, ferramentas rudimentares e caça a animais.
Mas foi um osso de 15 mil anos encontrado por arqueólogos o primeiro vestígio da civilização. A antropóloga Margaret Mead defendeu esse argumento. “O fémur estava partido, mas tinha cicatrizado. É um dos maiores ossos do corpo humano (liga a anca ao joelho) e demora seis semanas a curar. Alguém tinha cuidado daquela pessoa. Abrigou-a e alimentou-a. Protegeu-a, em vez de a abandoná-la à sua sorte”, explicou Mead.
De ossos cicatrizados à constituição da civilização e das sociedades, a cola afetiva que nos impulsionou a essas edificações foi a mesma: o amor. É assim que podemos perceber a capacidade transformativa que reside dentro da nossa ação de amar.
“Se por um lado amamos, por outro lado – também dentro das nossas latências pulsionais – destruímos. Violência, assassinatos e guerras também são produtos da natureza humana. Em 1932, Albert Einstein perguntou para Sigmund Freud: ‘Por que a guerra?’. Como antídoto à aniquilação generalizada, Freud disse que a criação de vínculos amorosos é o equilíbrio a esse potencial destruidor” (O Livro de Afrodite, p. 61).
E como amar?
O amor é um receptáculo inverso, preenchido quando doamos, durante a ação de amar. Em outras palavras, temos amor quando amamos; e só assim, na prática, aprendemos a amar.
As feridas e sofrimentos para as quais procuramos causas e curas psicológicas nasceram na verdade de uma falta de amor, defende o analista Léon Bonaventure. Aprender a se amar, amar a sua própria natureza, é o caminho.
Quando cada um de nós for capaz de apaziguar as próprias feridas e ressignificá-las em um trabalho de autoconhecimento, amor e compaixão por nós mesmos e pela nossa história, isso tem um efeito dominó.
"O melhor trabalho político, social e espiritual que podemos fazer é parar de projetar nossas sombras nos outros", disse Carl G. Jung.
“Quando a mudança começa em ti, já começaste a mudar o mundo”, Osho.
Os gregos antigos dividiam a Deusa do Amor em duas. Uma delas, a Afrodite Urânia, inspira as pessoas ao amor pelo encontro ao sopro divino da alma, levando-as em direção ao sentimento de unidade com toda a criação.
Na filosofia budista, esse tipo de amor é conhecido como metta, que significa “amor incondicional” e compaixão. Ela fala de um afeto de reconhecimento do divino em todas as coisas, e daí deriva a prática da bondade.
Buda transformou essa ideia em um cultivo permanente, é a chamada meditação mettabhavana.
A ciência de hoje já investigou os benefícios dessa prática e reconheceu que ela é eficaz no controle do medo e da raiva, na estimulação do amor-próprio e da compaixão, e na criação de conexões sociais marcadas pela empatia.
Imagina o impacto global que essa prática tem ao transformar uma única pessoa? O oposto também é verdadeiro. A falta de contato com a Afrodite interior tem feito um estrago, concorda?
Escrita terapêutica + Meditação mettabhavana
Pegue papel e caneta e responda junto com a gente:
✨ Imagine algo muito feliz que pode acontecer com você. O que seria?
✨ Agora imagine que essa
felicidade se transformou em um líquido, que está te banhando a partir do alto
da sua cabeça.
✨ Pense em um bom amigo(a).
Imagine algo de muito feliz acontecendo na vida dele. Transforme esse
pensamento em luz e envie para essa pessoa, como telepatia.
✨ Lembre agora de uma pessoa que
é indiferente na sua vida, neutra. Imagine um momento de felicidade para ela, e
envie.
✨ Agora, pense naquela pessoa
difícil, com que você tem alguma inimizade. Imagine felicidade para ela e
envie. Opa! Ficou difícil demais? Não adianta fingir. Pergunte-se sobre os
motivos disso, se há algo mais profundo nessa sua reação. Mas reconheça o que
você sentiu.
✨ Que tal agora ir mais além e
pensar em felicidade para pessoas que você nem conhece? Para o mundo inteiro!
Visualize e envie.
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