É comum encontrar pessoas que olham torto para o autoconhecimento, como se essa fosse a institucionalização do “olhar apenas para o próprio umbigo”.
Autoconhecimento não é isso.
O sociólogo e ativista dos direitos humanos Herbert José de Sousa, o Betinho, chegou a uma conclusão, que nos põe pra refletir, que diz: “Um país não muda pela sua economia, sua política e nem mesmo sua ciência; muda sim pela sua cultura”.
O indivíduo é a unidade da cultura, influi diretamente sobre ela. Indivíduo e cultura são estruturas interdependentes. Se a maioria dos indivíduos adotasse uma postura de autoconhecimento, de sair do automático e reencontrar sua totalidade, o organismo cultura poderia ser transformado e, assim, a sociedade mudaria.
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"O melhor trabalho político, social e espiritual que podemos fazer é parar de projetar nossas sombras nos outros", disse Carl G. Jung.
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Olhar para dentro não é narcisismo, egoísmo ou fuga é, também, um ato político. E quanto mais pessoas perderem os preconceitos e a preguiça de olhar pra si mesmo, melhor pra todo mundo!
Pensar em si, escrever sobre si mesmo, praticar o autocuidado e se interessar em mergulhar nas suas próprias profundezas não é colocar uma venda e fingir que outras pessoas não importam.
Algumas pessoas parecem fazer confusão entre os termos "auto" e "ego".
Auto: exprime a noção de si próprio, por si próprio.
Ego: personalidade consciente. Mas o significado comum é relacionado ao apreço exagerado que alguém tem por si mesmo.
Pensar que qualquer atitude de se voltar para si mesmo é egoísta ou egocêntrica é algo comum em nossa cultura muito acostumada a moldar a visão de quem somos a partir do olhar do outro.
Isso implica em colocar o outro sempre em "primeiro lugar", para que eu possa me posicionar melhor no ranking de ser uma "boa pessoa".
Mas é justamente isso de estar sempre se moldando aos olhares externos que invalida e atrapalha qualquer avanço da nossa parte ruma a uma vida com mais plenitude e verdade.
E isso acaba gerando reflexos que partem de você e afetam todo mundo que está a sua volta.
Uma pessoa que não se olha, dificilmente consegue olhar de verdade, com empatia, para quem está do lado. Nesse sentido, o outro é apenas um indivíduo que está aí para me validar. E isso sim é egoísta!
Um paradoxo, né?
Então, fica tranquila(o). Autoconhecimento vai continuar sendo a melhor coisa que você pode fazer pelo mundo: o seu mundo interior, que é apenas seu, e o mundo exterior, que você constrói com os outros.
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Imagem: cottonbro/Pexels
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