Você já se perguntou o que o seu inconsciente quer dizer?
Há uma parte de nós que não conseguimos ver com inteireza e, nela, estão muitas respostas às perguntas que fazemos sobre quem somos nós e o que queremos.
Descubra algumas situações em que a linguagem do inconsciente retorna à superfície e pode nos comunicar coisas incríveis sobre nós mesmos, o que sentimos, desejamos e sabemos.
Afinal, como acessar o inconsciente?
Primeiro, o que é o inconsciente?
Mais próximo de uma aura do que de uma auréola, o inconsciente é o corpo todo – não só “a mente”. Constituiu-se com os primeiros contatos com o mundo, quando ainda não tínhamos uma linguagem desenvolvida.
Essa parte mais arcaica do aparelho psíquico é povoada pelo que foi reprimido. Ali estão os desejos recalcados e as fantasias que não estão em nosso plano consciente, mas que estruturam uma parte importante de nós. Mesmo excluídos, esses recônditos conteúdos sempre retornam.
O retorno daquilo que foi recalcado ocorre por meio do que há de mais rico no inconsciente, o simbólico. Não à toa Freud aproximou a Psicanálise da Semiótica.
O inconsciente está estruturado como uma linguagem, não apenas como resultado do dínamo das pulsões, desenvolveu Lacan.
Portais para o inconsciente
Atos falhos
Esquecer nomes, datas e endereços; trocar palavras; fazer um movimento em vez de outro. Do ponto de vista da vontade consciente é um "erro", "pane no sistema". Mas a verdade é que o ato falho costuma ser a representação simbólica de um pensamento que, na verdade, não se destinava a ser admitido. Às vezes, nem mesmo para si.
Chistes
Ocorre quando um lapso de fala tem um efeito cômico, mas também de maneira voluntária, quando queremos fazer graça de algo. Como diz Freud: "Brincando pode-se dizer tudo, até mesmo a verdade".
Em outra via, aquilo de que você acha graça também é um apontamento para o material inconsciente.
Sonhos
Na visão de Freud, os sonhos falam de desejos reprimidos do sonhador. Na de Jung, o sonho traz à consciência uma mensagem que compense as atitudes unilaterais de quem sonha.
De qualquer forma, o sonho é a via régia para acesso ao inconsciente. A simbologia presente ali pode ser decifrada com associações do próprio sonhador. Em outros casos, como expande a Psicologia Analítica, com a ajuda de arquétipos e imagens do inconsciente coletivo em contato com o sonhador.
A música na sua cabeça
"Quem se der o trabalho, como fizeram Jung (1907) e Maeder (1909), de observar as melodias que cantarola inintencionalmente e com frequência sem percebê-lo, poderá descobrir com bastante regularidade a relação entre as palavras da canção e o assunto que está ocupando sua mente." – Sigmund Freud em "Sobre a psicopatologia da vida cotidiana".
Atos casuais
Também chamados de atos sintomáticos. São aqueles tiques com as mãos: como rasgar um papel importante sem se dar conta disso. Parece que agimos de maneira “puramente casual”, como que "só para manter as mãos ocupadas”. Mas Freud demonstrou com casos clínicos como esses atos são motivados por pensamentos inconscientes em resposta ou conexão indireta a um desejo íntimo não expresso.
Fantasias
A psicoterapeuta junguiana Verena Kast escreve que: "tudo que nos vem à mente sempre tem a ver conosco mesmos".
A fantasia é um processo imaginativo e criativo que nos leva a experimentar mentalmente emoções e sensações distintas do que está acontecendo no mundo externo, mas sempre relacionadas ao nosso mundo interno, que é a fonte dessas imagens. Muitas vezes, a fantasia aparece de maneira involuntária.
A partir de agora, que tal ficar mais atento ao fluxo de comunicação com o seu inconsciente? Isso pode te ajudar a romper com padrões de pensamento que geram aflição e com formatos de vida limitantes.
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